Descrição
Édina Schimanski e Marcelo Engel Bronosky
(Organizadores)
Edição: 1a
Páginas: 276
Formato: 16 x 23 cm
Peso: 300g
Miolo: papel reciclato 90g/m², costurado
Capa: cartão supremo (LD) 250g/m², com laminação fosca e verniz localizado
Acabamento: costurado
Ano de publicação: 2011
ISBN: 978-85-62450-19-8
Descrição
Esta obra, organizada em forma de coletânea, tem por objetivo oferecer reflexões sobre o meio ambiente em seus múltiplos desdobramentos, sobretudo no momento de crise pelo qual passa a humanidade. Compreendida nos seus mais diferentes aspectos – social, político, ético e econômico , essa crise tem impactado de forma direta sobre o meio ambiente e sobre as questões que o envolvem. Em face das atuais catástrofes ambientais, somadas à ausência de planejamento urbano, do avanço das desigualdades sociais, da superficialidade das informações e da fragilização das relações societárias, alimentadas pela falta de projetos, torna-se central o debate sobre o meio ambiente e seus impactos. Neste contexto, a obra se apresenta como uma valiosa contribuição às reflexões em torno das questões ambientais e suas relações com os aspectos da vida em sociedade, apontando novos e possíveis caminhos.
Apresentação
A leitura de Meio Ambiente, crise e cidadania: tensões e articulações no debate ecológico, coletânea organizada por Edina Schimanski e Marcelo Bronosky, é uma excelente oportunidade para reflexões aprofundadas sobre as necessidades materiais simbólicas e outras demandas de uma humanidade que precisa mergulhar em si própria para definir os caminhos a serem trilhados, individual e coletivamente.
Caminhos neste novo milênio? Século? Décadas, ou seria mais apropriado dizer anos? Eles se fazem ao andar, e os passos iniciais dados coletivamente exigem longos períodos para se redirecionarem. Os próximos anos serão muito importantes para a definição dos caminhos que a humanidade irá trilhar, arriscaria dizer, nos próximos séculos.
Passos iniciais de questionamento do atual modo de produção e consumo, bem como experiências que sinalizem importantes ingredientes das almejadas sociedades sustentáveis vêm ocorrendo em diversos pontos do planeta, no entanto, carecem ainda da escala de políticas públicas amplamente pactuadas entre todos os atores sociais.
Certamente a leitura de cada um dos artigos desta coletânea estimulará a reflexão conceitual que procura aprender com as experiências aqui relatadas. Ficará o desafio: como dar-lhes dimensões de políticas públicas? Como, ao percorrermos os capítulos desta obra, visitando aspectos essenciais de processos voltados à construção de sociedades sustentáveis, faremos as nossas escolhas individuais e coletivas?
Algumas sugestões podem ser extraídas dos artigos, mas, certamente, as respostas encontram-se nos próprios encontros. De cada um e de cada uma consigo. De cada grupo, consigo e com o outro. A outra pessoa, o outro grupo. Todos os grupos, comunas diversas que constituem esta humanidade de quase sete bilhões de humanos.
Autogestão e autoanálise, como sugeridas por Baremblitt1, às quais agregaríamos as sugestões de coletivos educadores e articulação em rede.
Desde adentro, como afirmavam os encontros da Rede de Educação Popular e Ecologia do Conselho de Educação de Adultos da América Latina (REPEC/CEAAL), na década de 1990, e que ainda hoje repercutem em mim como um farol a iluminar a louca ambição de compreender como será possível uma pró-atividade planetária, partindo da máxima do movimento ambientalista, retrabalhada: “pensar e agir global e localmente e trabalhar-se interiormente”.
Como conectar cada um com o todo? Como resgatar vínculos comunitários, sem a superficialidade dos condomínios residenciais e dos meios digitais e eletrônicos? Estimulando a formação de grupos autogeridos que promovam a autoanálise dos seus participantes e se conectem a outros grupos, exercitando o fazer político tão em descrédito nos dias atuais.
Como formular e implantar políticas públicas assim comprometidas? São respostas a serem buscadas e desafios não triviais a serem enfrentados junto a uma humanidade majoritariamente individualista, consumista, fragmentada, que odeia política e políticos, mas lava suas mãos periodicamente, elegendo representantes para fazerem o “trabalho sujo” de pensar e decidir sobre o bem comum.
Assim, os temas desta obra, por si só, já remetem para a tarefa de ler, estudar, refletir, dialogar, pactuar, agir, avaliar, atuar, observar, atuar em si e nos coletivos, não necessariamente nessa ordem, mas num ciclo sem fim que, em última análise, propicie amadurecimento integral de cada humano e de toda humanidade. Como diz uma música cantada por Tom Zé, a unimultiplicidade, onde cada um é sozinho e a casa é da humanidade. Sozinho, acompanhado nos desafios de ser relacional, que aprende e ensina, cuja responsabilidade sobre si não pode ser terceirizada.
Sugiro que, antes de iniciar a leitura, você, leitor, faça uma reflexão sobre cada um dos temas que os distintos autores irão lhe oferecer a seguir: Meio ambiente, crise e pobreza: a sociedade e o gênero humano; Cidadania, meio ambiente e ética: a construção de um novo paradigma para a relação homem-natureza; Meio Ambiente, gênero e condição de pobreza; Na puxada: devastação de florestas, contrabando de madeiras e violência no litoral norte do Paraná; Dialogar e ter agenda – o desafio da comunicação enfrentado pelos povos e comunidades tradicionais da Amazônia brasileira; Modernidade alternativa e sustentabilidade no campo: a agroecologia como estratégia de cidadania; Cidadania e meio ambiente no espaço rural brasileiro: processos em construção; Ações propulsoras da agroecologia nos assentamentos rurais; Cidadania, meio ambiente e mídia; Desenvolvimento sustentável na produção audiovisual em trabalhos de jornalismo; Comunicação, cultura e meio ambiente: a temática ambiental na disputa eleitoral 2010; Meio ambiente e catástrofes: a educação ambiental como instrumento singular para sobrevivência; Conhecimento geográfico e educação para sobrevivência.
Em seguida, leia os artigos procurando saborear os argumentos dos autores. Dialogue com eles, com suas tribos de convivencialidade e mergulhem juntos na busca de respostas e da cidadania ativa que ainda pode oferecer esperanças, diante dos conturbados momentos atuais da história da humanidade.
Boa leitura!
Marcos Sorrentino
Sumário
Apresentação
Marcos Sorrentino
PARTE 1
Meio ambiente, crise e pobreza: a sociedade e o gênero humano
Cidadania, meio ambiente e ética: a construção de um novo paradigma para a relação homem-natureza
José Fernando Vidal de Souza
Meio ambiente, gênero e condição de pobreza: mulher e cidadania ecológica
Edina Schimanski, Sandra Maria Scheffer e Selma Maria Schons
PARTE 2
Meio ambiente e comunidade: lugares comuns, práticas expressivas de cidadania
Na puxada: devastação de florestas, contrabando de madeiras e violência no litoral norte do Paraná na segunda metade do século XIX
José Augusto Leandro
Dialogar e ter agenda – o desafio da comunicação enfren¬tado pelos povos e comunidades tradicionais da Amazônia brasileira
Daniel Fonseca de Andrade, Thais Brianezi e Marcos Sorrentino
PARTE 3
Modernidade alternativa e sustentabilidade no campo: a agroecologia como estratégia de cidadania
Cidadania e meio ambiente no espaço rural brasileiro: processos em construção
Cimone Rozendo de Souza
Ações propulsoras da agroecologia nos assentamentos rurais
Adriano da Costa Valadão e Alfio Brandenburg
PARTE 4
Cidadania, meio ambiente e mídia
Desenvolvimento sustentável na produção audiovisual em trabalhos de conclusão em Jornalismo
Cíntia Xavier
Comunicação, cultura e meio ambiente: a temática ambiental na disputa eleitoral 2010
Marcelo Engel Bronosky e Michele Massuchin
PARTE 5
Meio ambiente e catástrofes: a educação ambiental como instrumento singular para a sobrevivência
Conhecimento geográfico e educação para a sobrevivência
David Lambert
Sobre os autores
Sobre os autores
Adriano da Costa Valadão
Graduado em Administração, mestre em Ciências Sociais Aplicadas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná.
Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4705758E1
Alfio Brandenburg
Mestre em Sociologia Rural (ESALQ) pela Universidade de São Paulo e doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal do Paraná, com participação no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Doutorado em Meio Ambiente.
Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4797889U2
Cimone Rozendo de Souza
Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Paraná, mestre em Sociologia pela mesma instituição e doutora em Meio Ambiente (UFPR). Atualmente é professora adjunta da área de Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4765173H4
Cíntia Xavier
Jornalista graduada pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, mestre em Comunicação e Linguagens pela Universidade Tuiuti do Paraná e doutora em Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS. Atualmente é professora adjunta da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4734258Z6
Daniel Fonseca de Andrade
Biólogo, mestre em Ciência Ambiental pela South Bank University – Inglaterra e doutorando em Ciência Ambiental pelo Programa de Pós- Graduação em Ciência Ambiental da Universidade de São Paulo, PROCAM. Pesquisador do Laboratório de Educação e Política Ambiental do Departamento de Ciências Florestais da ESALQ/USP, Piracicaba.
Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4795757D4272
David Lambert
PhD e professor de Geografia e Educação da University of London Institute of Education e Chefe Executivo da Geographical Association, Sheffield, Reino Unido.
Curriculum: http://www.ioe.ac.uk/staff/CPAT/GEMS_50.html
Edina Schimanski
Assistente Social (UEPG), mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná e PhD em Educação (University of London – Reino Unido). Atualmente é professora adjunta da Universidade Estadual de Ponta Grossa e atua junto ao Programa de Pós-Graduação do Mestrado em Ciências Sociais Aplicadas.
Lattes:http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4706127A6
José Augusto Leandro
Graduado em História pela Universidade Federal do Paraná, mestre em História pela mesma instituição e doutor em História pela Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente é professor adjunto da Universidade Estadual de Ponta Grossa e do Programa de Mestrado em Ciências Sociais Aplicadas.
Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4782492Z7
José Fernando Vidal de Souza
Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo, mestre em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, doutor em Direito pela mesma instituição e pós-doutor pelo Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, sob a supervisão do doutor Boaventura de Sousa Santos. Atualmente é professor da Universidade Metodista de Piracicaba, e da Universidade Paulista.
Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4706294H1273
Marcelo Engel Bronosky
Jornalista graduado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, mestre em Teorias da Comunicação pela Universidade Metodista de São Paulo e doutor pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos. Atualmente é professor adjunto da Universidade Estadual de Ponta Grossa, atua junto ao curso de Jornalismo e ao Programa de Pós-Graduação de Mestrado em Ciências Sociais Aplicadas.
Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767921T2
Marcos Sorrentino
Possui graduação em Biologia e Pedagogia e mestrado em Educação pela Universidade Federal de São Paulo. Doutorado em Educação e Pós-Doutorado no Departamento de Psicologia Social da Universidade de São Paulo e no Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília. Professor do Departamento de Ciências Florestais da ESALQ/USP Piracicaba, coordenador do Laboratório de Educação e Política Ambiental do Departamento de Ciências Florestais da ESALQ/ USP Piracicaba.
Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787182P6
Michele Massuchin
Graduada em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política na Universidade Federal do Paraná. Atualmente é pesquisadora do Núcleo de Pesquisa em Comunicação, Política e Opinião Pública da Universidade Federal do Paraná e do grupo de pesquisa Mídia, Política e Atores Sociais da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.o?id=K4212168Z3
Sandra Maria Scheffer
Assistente Social, mestre em Ciências Sociais Aplicadas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. Atualmente é professora assistente do Curso de Serviço Social da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Participante do grupo de pesquisa Questão Ambiental, Gênero e Condição de Pobreza/CNPQ.
Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4705758D6274
Selma Maria Schons
Assistente Social, mestre em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e doutora em Serviço Social pela mesma instituição. Atualmente é professora adjunta da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Participante do grupo de pesquisa Questão Ambiental, Gênero e Condição de Pobreza/CNPQ.
Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4704708D3
Thais Brianezi
Jornalista, doutoranda em Ciência Ambiental pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental da Universidade de São Paulo, PROCAM. Possui mestrado em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas. Pesquisadora do Laboratório de Educação e Política Ambiental do Departamento de Ciências Florestais da ESALQ/USP Piracicaba.
Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4221282A3
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